
O termo “check-up cardíaco” atualmente é utilizado pelas pessoas para se referirem a uma avaliação cardiológica, no intuito de que se possa fazer a prevenção correta e adequada das principais doenças do coração. Com isso, tenta-se evitar uma interrupção abrupta da vida ou mesmo que a qualidade de vida da pessoa seja reduzida por fatalidades que poderiam ser evitadas com medidas de prevenção e orientações para uma vida mais saudável.
Antigamente, o check-up era a realização de uma bateria de exames sem critérios bem estabelecidos para averiguar a presença de alguma doença que pudesse estar oculta.
Atualmente, embora o termo seja utilizado entre leigos, o conceito mudou. Hoje, realizar check-up é fundamental, porém com critérios bem estabelecidos. Isso porque, muito mais que detectar precocemente doenças, devemos evitar que elas apareçam.
A medicina, hoje, possui meios de detectar alterações e reverter o quadro de muitas doenças que poderiam ser fatais. Para isto, há a necessidade de uma parceria entre médicos e pacientes. No caso dos médicos, estes devem estar aptos e serem os primeiros a realizar um bom exame clínico, ao mesmo tempo em que reconhecem as necessidades de cada indivíduo.
Já os pacientes devem sempre procurar informações em fontes confiáveis, compreender a importância na mudança de atitudes e aderir às alterações propostas.
Realizar uma avaliação cardiológica é muito importante, principalmente, em homens acima de 40 anos e em mulheres na fase do climatério, período em que aumentam os índices de infarto. No entanto, esta avaliação deverá ser antecipada quando:
- possuem histórico familiar de infarto ou morte súbita (principalmente em parentes de primeiro grau);
- pais ou irmãos com aumento do colesterol;
- sintomas como falta de ar, palpitações e dores no peito;
- medidas de pressão freqüentemente acima de 135×90 mmHg;
- tabagistas;
- diabéticos;
- doença cardíaca na infância ou sopro cardíaco;
- planejam realizar a prática esportiva;
- apresentam sobrepeso ou obesidade.
A avaliação cardiológica de rotina e acompanhamento são obrigatórios para aqueles que já detectaram alterações como colesterol alto, hipertensão, diabéticos e para quem já teve infarto. Tais doenças não têm cura, porém, podem ser controladas.
Caso essas doenças não sejam controladas, o risco de complicações graves é alto, como derrame (acidente vascular cerebral) e infarto, o que afeta de forma brusca a qualidade de vida das pessoas.
A partir dos achados e de acordo com o sexo e idade do paciente, são propostos exames a serem realizados, que posteriormente são analisados e interpretados para o paciente, e uma decisão conjunta entre o médico e o paciente é então estabelecida.
Dados da Organização Mundial da Saúde, Ministério da Saúde e Sociedades Brasileiras apontam que:
- Em 2015, aproximadamente 20 milhões de pessoas morrerão em decorrência de doenças cardiovasculares, principalmente infarto e Acidente Vascular Cerebral (AVC);
- Fatores de riscos modificáveis são responsáveis por 80% das causas de doença cardiovascular;
- 40% das aposentadorias precoces decorrem de AVC ou infarto;
- 60% dos gastos com saúde destinam-se ao tratamento de doenças crônicas, passíveis de prevenção (1);
- O descuido com a própria saúde mata 400 mil brasileiros todos os anos; com a prevenção, o País ainda economizaria cerca de R$ 11 bilhões, gastos anualmente em consultas, internações e cirurgias (incluindo transplantes) (2);
- Já existem dados disponíveis sobre a prevalência de determinadas doenças de acordo com o sexo e idade e raça;
- Algumas doenças podem aparecer na ausência de sintomas, como hipertensão arterial, diabetes, dislipidemia;
- A simples medida da circunferência abdominal já pode predizer o risco de infarto.
Todos os adultos a partir dos 20 anos de idade já deveriam realizar uma avaliação cardiológica. Antecedentes familiares podem interferir na precocidade das avaliações. Assim, crianças cujos pais possuem colesterol alto devem realizar o rastreamento a partir de 10 anos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia.
Caso a pessoa não tenha antecedentes familiares e pessoais relevantes, seguem as orientações de acordo com Sociedades Americanas, Canadenses e Brasileiras.
Aos 20 anos – medida da pressão arterial e dosagem do colesterol;
Dos 20 aos 40 anos – avaliações a cada três anos;
Dos 40 anos em diante – avaliação clínica anual com avaliação cardiológica
Diversos exames fazem parte do arsenal médico para auxiliar o clínico a avaliar o risco do paciente poder apresentar alguma complicação cardíaca num futuro próximo.
É importante que sejam solicitados os exames adequados de acordo com o sexo, idade e antecedentes pessoais de cada indivíduo. Também é importante que se evite de solicitar exames que não acrescentem dados à avaliação do paciente, evitando assim desperdício de tempo e dinheiro, além de desgastes psicológicos com possíveis resultados falso-positivos.
- Realizar atividade física regular, no mínimo quatro vezes por semana (de preferência após avaliação física e com prescrição médica adequada);
- Não fumar;
- Evitar bebidas alcoólicas em excesso;
- Realizar dieta equilibrada;
- Dirigir com segurança (não exposto às bebidas alcoólicas, usar corretamente cinto de segurança e realizar direção defensiva);
- Reconhecer falhas e procurar o autoconhecimento. Saber lidar com ambientes que causam estresse e procurar autocontrole;
- Em casos de sintomas, procure seu médico.
- Evite a automedicação;
- Não esqueça de manter uma boa saúde bucal sempre.